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Porque meu filho brinca na terapia?


Alguém já ouviu esse diálogo?


“Filho, o que você fez com a psicóloga hoje?” E o filho responde: “Brinquei!”


Os pais ficam realmente muito confusos quando os filhos dizem que apenas brincaram na terapia. E ficam questionando que pagam para os filhos ficarem brincando. E questionam, se for só para brincar, os filhos podem brincar em casa ou com os amigos.


Gostaria de falar um pouco sobre a importância do brincar. O brincar para uma criança é mais do que um passatempo ou simples recreação como imaginamos. O brincar para a criança é a forma que ela tem de entender o mundo ao seu redor. É brincando que a criança entende os papéis de homem e mulher, internaliza as regras sociais, consegue organizar as informações que recebem ao longo da infância. Brincando ela aprende que tem que esperar a sua vez, a respeitar as regras da brincadeira, a ter paciência com os colegas. Ao brincar a criança cria um mundo próprio, ou melhor, situa as coisas de seu mundo em uma nova ordem, mais agradável para ela.


Para nós psicólogos, o que mais importa é que por intermédio do brincar a criança projeta suas ansiedades, projeta a interpretação que lhe permite entender os motivos das ansiedades e também projeta o alívio e resolução delas. Pela brincadeira a criança também coloca em prática algo que fazem a ela ou com ela. É uma forma de dominar o mundo exterior a que está submetida e dar a essas experiências seus próprios significados e impressões. Ela está brincando com sua submissão, onipotência, seus medos e pode estar realizando desejos. Winnicott afirma que o brincar é terapêutico por si só, porque brincando a criança está construindo seu próprio aparato psíquico e a relação deste com o mundo exterior.


O brincar dentro da terapia serve para saber onde a criança está, como está interagindo com o seu ambiente e sua realidade, suas ansiedades, frustrações e sintomas. O psicólogo deve respeitar esse lugar e entender os motivos pelos quais ela chegou ao consultório com os sintomas que apresenta.


Aqui vão alguns casos simples: uma paciente de 5 anos com a mãe doente na UTI sempre queria brincar de médica e hospital; um menino de 6 anos com comportamento disruptivo que sempre gostava de brincar de carrinho desobediente e que a polícia sempre o prendia; e o caso das brincadeiras de um menino de 8 anos que sempre todos morriam ao final das batalhas espaciais. E qual o papel do psicólogo? Brincar com a criança para ajudá-la a elaborar suas perdas; a ajudar a criança a enfrentar suas dificuldades pessoais e frustrações familiares.


Por isso pais e mães, fiquem tranquilos quando seu filho disser que só brincou na terapia. Porque brincando é que tratamos nossos pequenos pacientes!


Quer saber mais? Entre em contato e fale com a Psicóloga. Para saber como podemos ajudar você e seu filho, veja como funciona nosso Programa de Orientação de Pais.


Por Psicóloga Patrícia Machado (CRP 01/9368).

MBA em Clínica Interdisciplinar da Infância e Adolescência e Especialista em Terapia Cognitivo Comportamental.

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