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Estou triste. Tenho depressão?


Estou triste. Tenho depressão?

A palavra DEPRESSÃO caiu no gosto popular e qualquer sentimento negativo passa a ser confundido com depressão. Até nas brincadeiras do dia a dia a palavra depressão virou um jargão:"Estou meio deprê hoje", "Larga dessa deprê e vamos sair hoje", "Bora beber uma pra sair da deprê". Também é muito comum essa pergunta no consultório: "Dra, estou triste. Tenho depressão?


Assim, a depressão está sendo amenizada e vista como uma mera tristeza passageira.O que de fato não é verdade. A depressão é uma doença séria e crônica. Mas vamos então traçar as diferenças entre tristeza e depressão.


A TRISTEZA

A pessoa que está triste tem um motivo, uma causa para se estar triste. Vamos usar como exemplo um processo de separação e divórcio de um casal que estivera casado por mais de 20 anos e tem filhos pequenos. A causa da tristeza é clara, tem um motivo explicável e aceitável para ficar entristecido sim.


A pessoa pode ter sintomas corporais, como sentir um aperto no peito, apresentar choro fácil, perda de concentração e memória ou mesmo insônia. Pode ficar ansiosa, sentir sua autoestima baixa, ter dificuldades de sentir prazer com a vida profissional e social, perder o interesse por algumas coisas, sentir-se desmotivado e ter alterações do apetite.


A pessoa entristecida costuma pensar o tempo todo sobre os motivos e causas que a deixaram assim. A pessoa que está se divorciando pensa o tempo todo em como ficarão os filhos, quem vai sair de casa, como vai se organizar para cuidar de tudo sozinha, se preocupa com a diminuição da renda familiar, com a rotina dos filhos, dentre outras preocupações. São preocupações pertinentes, mas que a pessoa consegue lidar com tudo, apesar das dificuldades e tristeza pela decisão tomada.


A duração da tristeza varia de 6 a 8 semanas. Após esse período se a pessoa não consegue se organizar, os sintomas físicos continuam e até pioram e a tristeza geral não passa, então o quadro instalado já é uma depressão.




A DEPRESSÃO


Após 8 semanas, se a pessoa me perguntar: "Dra, estou triste. Tenho depressão?". A resposta será SIM. Mas porque agora a tristeza virou uma depressão? Qual a diferença?


A diferença aqui é a duração acima de 8 semanas e sintomas se cronificando, ou seja, nada melhorando e a cada dia ficando pior. Os sintomas já começam a trazer algum tipo de prejuízo para a vida da pessoa doente.


Vamos pensar na pessoa se divorciando novamente. Vamos imaginar que ela não consegue se levantar pela manhã para levar as crianças na escola; chega todos os dias atrasada no trabalho porque se sente cansada, sem energia; no trabalho não consegue cumprir metas e prazos; não consegue cuidar dos filhos e da casa ao mesmo tempo; passa noites e noites sem dormir e se levanta chorando; sente-se a pior pessoa do mundo, quer sempre ficar sozinha e pensa que morrer seria a melhor solução para os filhos porque fica facilmente irritada com eles.


Para essa pessoa, tudo virou um "tanto faz" pois nada mais lhe traz prazer ou lhe faz sorrir. Ela pensa que tudo isso que está acontecendo foi culpa dela e que agora se tornou uma pessoa inútil para todos à sua volta. Pode ser que algo maravilhoso lhe aconteça, mas a pessoa ainda assim continuará "triste", ou seja, deprimida.


Dizemos que a pessoa passa a apresentar sintomas típicos da depressão, apesar de ter sido depois do divórcio, que é uma causa conhecida. Nesse caso, o divórcio foi um gatilho para o desencadeamento dos sintomas depressivos. Os sintomas permanecem por meses, anos e décadas sem tratamento adequado.


A verdade é que muitas pessoas que apresentam um quadro depressivo não conseguem associar a depressão a um gatilho ou a um motivo tão claro e óbvio. A maioria das pessoas estranham por estarem deprimidas, por que está aparentemente tudo bem em suas vidas, com a família e o trabalho. Conseguem fazer tudo normalmente e porque então "cairam numa depressão?" As respostas não chegam tão facilmente assim e a pessoa se sente ainda mais confusa, sem saída e culpada por estar deprimida "sem motivo".


Então, se alguém falar "Estou triste. Tenho depressão?" , a resposta será DEPENDE. Depende da duração dos sintomas físicos e psicológicos estarem presentes há mais de 8 semanas, depende da quantidade de sintomas e depende dos prejuízos na vida da pessoa provocados pelos sintomas.


sintomas da depressão


Para não deixar mais dúvidas, seguem os principais sintomas depressivos:


- Desesperança com a vida

- Ausência de preocupação com a vida diária.

- Dormir demais ou inversão do ciclo de sono-vigília.

- Alterações marcantes de peso e apetite

- Falta de energia, sente-se extremamente cansado

- Ansioso ou temeroso, facilmente irritado

- Sentimentos de vazio, inutilidade e culpa

- Baixa autoestima, choro fácil.

- Dificuldade de concentração e memória

- Perda ou diminuição da capacidade de sentir prazer e de motivação para fazer as coisas

- Preferindo ficar sozinho a estar entre outras pessoas

- Como se tudo estivesse cinza ou preto

- Querendo estar morto porque se não existisse, seria melhor para os outros

- Negligência com a higiene pessoal

- Sentimento de estar sozinha, mesmo quando acompanhada

- Pensamentos de que não tem saída

- Pensando que sua vida é um imenso fracasso

- Ruminações sobre erros passados

- Perda ou aumento marcante do apetite

TRATAMENTO

Para a tristeza, o melhor tratamento é manter a vida, a alimentação e a rotina equilibrados, fazer atividade física e manter os relacionamentos familiares e sociais saudáveis.

Para a depressão, o tratamento além dos citados acima para a tristeza, ainda são necessários o uso de medicação antidepressiva com um Psiquiatra e fazer psicoterapia com um Psicólogo.





Artigo escrito por Patrícia Machado - Psicóloga CRP 01/9368

Para Libertá Psicologia - 4141-9004







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Patrícia Machado é graduada em Psicologia em 2002 pelo UniCeub. 

Tem 22 anos de experiência clínica tendo atendido  mais de 1.000 pacientes nesse período.

Foi também professora de Língua Inglesa por 14 anos. 

Palestrante motivacional e de promoção de saúde mental

Idealizadora e criadora da Pote Terapia Jogos Terapêuticos

Especializações: 

Possui MBA em Clínica Interdisciplinar dos Transtornos Psicopatológicos da Infância e Adolescência pela Universidade Católica de Brasília, 

É especialista em Terapia Cognitivo Comportamental pelo Instituto WP e

É também especialista em Língua Inglesa pela Universidade Católica de Brasília.

 

Cursos e atualizações: 

Argilina pelo Curso Argila Espelho da Auto Expressão .

Cursos de Orientação Vocacional  

Manejo de Perdas e Lutos,

Psicodiagnóstico  

Mindfulness - Atenção Plena 

Pedagogia Sistêmica

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